O “dia desastre” do post passado na verdade era um “dia aviso”. Depois de tudo que aconteceu, o telefone tocou às 24h48, era minha tia avisando que meu avô partiu.
Inicialmente nem tive reação, uma mistura de alívio e dor não deixaram que eu caisse na real de que ele partiu e tudo virou lembranças. Lembranças boas!

O casamento dos meus avôs – Achilles e Amélia. Eu, particularmente, acho um belo casal.
Minha mãe e minha tia contam que meu avô foi casca grossa, brigava muito, não deixava elas sairem, minha avô adiantava o relógio para ele não se dar conta que elas chegavam tarde (20h da noite era tarde), não adimitia namoro longo.. mas era trabalhador e nada os faltaram.

Além de meu avô, meus pais me honraram com ele e minha avó me batizando. Meus avos, meus padrinhos!


Contudo, meu avô foi uma pessoa que aprendeu e evolui muito nesta vida. Apesar de não ter sido atencioso e carinhoso com os filhos na infância, ele mudou e na minha memória só tem coisas boas sobre ele. Não era de abraçar e beijar sempre e muito, mas fazia tudo para nos agradar e permitiu que vivessemos momentos inesquecíveis.


Eu nunca pensei que perderia ele tão cedo. Sempre foi uma pessoa ativa, saúdavel, independente, forte, lúcido.. ele não tinha dor nenhuma, não tomava remédio pra nada, era 100% até que “a” doença pegou ele. Não sei porque com ele, não sei como aconteceu, quando aconteceu mas aconteceu e acabou com ele em poucos meses.


Quem sou eu pra duvidar das obras de Deus. Sei que Ele faz sempre da maneira certa e talvez um dia eu entenda o porque isso aconteceu com meu avô.
Hoje eu sei que ele cumpriu o papel dele aqui, sei que ele se perdoou e foi perdoado pelos erros humanos, sei que ele foi em paz e estará olhando por nós “de camarote”.

Ele queria muito ver Eduardo para receber a massagem que ele preferia, e ele recebeu. Estavámos lá no sábado cuidando, ajudando, paparicando e passando os (sem saber) últimos momentos com ele.

Nossos corações estão com um vazio, mas temos a certeza de que minha avó, minha tia e minha mãe fizeram TUDO que puderam, cuidaram cada segundo, buscaram todas as formas e o mantiveram o mais confortável possível para amenizar o sofrimento dele.
Doi? Sim, doi muito. Mas o alívio dele não estar mais sofrendo supera e conforta. Sei que vamos superar a dor e viver em paz com ele em nossos corações, onde só tem lembranças boas, meu avô estará sempre conosco e nós jamais vamos esquecer dele – minha tia prometeu no seu último momento de vida, e nós vamos cumprir.
“Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você” – Fernando Anitelli (O teatro Mágico)
Te amo meu avô, meu padrinho.. e é pra sempre!
PS: tenho fotos dele nos últimos dias e até pensei em postar, mas não vale a pena. Prefiro ficar com os bons momentos.
bjo.tchau