5 de julho de 2010

Para se entender...

Em todos os meus canais de relacionamento (orkut, msn, twitter...) eu vejo as pessoas fantasiando amores e se decepcionando com as próprias criações, vejo as pessoas se questionando quando vai encontrar a felicidade referindo-se à fim de namoro, ou ainda pessoas que só SE enxergam atráves da opinião do outro.

E o pior: cada vez mais existe a necessidade de se expressar para provar não sei o que para não sei quem.. e com isso vão atropelando as fases, os acontecimentos e esquecendo-se de focar no próprio crescimento e na felicidade que esta dentro de si.
Já assumi aqui que amoo meu status solteira. Me curto muito e aprendi muito a me entender, me respeitar, a ser mais eu sem alterações. E eu queria muito que todas as pessoas entendesse que ninguém nesse mundo é responsável pela nossa felicidade a não ser nós mesmos.

Em tempos de estágiarias, minha amiga Kely e eu sofremos uma decepção amorosa na mesma época. Todos os dias a gente conversava muito para afogar as mágoas até que um amigo dela nos enviou um texto superinteressante que mudou um pouco minha visão de relacionamento e ainda hoje eu o encaixo em diversas situações.
É um pouco longo mas vale muito a pena ler tudo.
PS: as partes destacadas são as que eu mais me identifico!

Sobre estar sozinho
(Flávio Gikovate, médico psicoterapeuta.)

"Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher; ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal. A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.

Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, como o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma.

É apenas um companheiro de viagem. O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, e o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o individuo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, da dignidade a pessoa. As boas relações efetivas são ótimas, são muito parecidas com ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominações e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único.

Nosso modo de pensar e agir não serve de referencia para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um dialogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o individuo entende que a harmonia e a paz de espirito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.

Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um. O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Neste tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...”


A individualidade desses quase 2 anos solteira me fez descobrir quem eu realmente sou. Me provou que eu não sou fração, que eu sou INTEIRA e isso me faz ser mais feliz, ou melhor, me faz enxergar a felicidade em muitos momentos que antes nem eram importantes.

Eu sinto necessidade de escrever isso e quem gostar eu recomendo guardar esse texto e recorrer à sua leitura sempre que for necessário. É assim que eu faço e tenho lidado muito bem comigo mesmo.

bjo.tchau

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo texto e acho otimo vc solteira, ate por que assim vc ja nao tem tempo para mim imagina namorando kkkkk

carla